Será? Bem, gostaria muito de poder vivenciar algo assim. É bem inovador e desafiador. O que você acha querido(a) leitor(a) ?
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Se o Brasil já era um dos países que mais acessa a Khan Academfy no
mundo, depois da passagem de Salman Khan por aqui, a tendência agora é que esse
fluxo aumente. E essa expectativa não é a toa. Primeiro, o governo tentou uma
aproximação com o educador americano propondo que ele participasse de
iniciativas federais e prometendo usar mais suas aulas na rede pública. Na
sequência, a Fundação Lemann fechou uma parceria global que deve permitir que
mais vídeos sejam traduzidos e que o conteúdo seja adaptado para a realidade
brasileira. Além disso, o educador ainda carimba seu passaporte de volta para
os Estados Unidos deixando uma semente plantada: a educação não pode ser como
antes e será preciso reavaliar o espaço físico das escolas, os processos de
certificação e avaliação. Grandes mudanças estão por vir, ele garante.
“Os problemas dos EUA e do Brasil são muito parecidos. Mas lá, não há
tanta fome de mudança como estou vendo aqui. Em dez anos, espero que o Brasil
seja um caso a ser estudado”, disse Khan, que revelou os planos para a sua
plataforma. “Estamos começando muito seriamente a trabalhar com a
internacionalização e a regionalização do conteúdo. Temos as duas melhores
pessoas do mundo nisso conosco”, disse ele. Apesar de que, “no fim das contas,
matemática é matemática”, como brincou o educador, a Khan Academy propõe uma
adaptação para que suas ferramentas se aproximem dos mais diferentes currículos
nacionais.
Neste ponto, com a ajuda da Fundação
Lemann, o trabalho para o conteúdo brasileiro está começando. Até agora, a
Lemann já traduziu 400 vídeos para o português e a previsão é que, nos próximos
meses, esse número chegue a 1.000. A parceria, que deve durar cinco anos, não
só vai acelerar o processo de tradução, mas também vai trabalhar na adaptação
dos currículos para realidades nacionais, brasileira e de outros países. “Vamos
beneficiar o Brasil e outros lugares do mundo”, disse Denis Mizne,
diretor-executivo da fundação ao anunciar o acordo.
Além dessa expansão, outra
perspectiva com a qual Khan vem trabalhando é a de melhorar suas ferramentas de
avaliação. Por enquanto, além dos vídeos (se você quiser saber mais como são as
aulas, confira o infográfico que o Porvir
produziu), a plataforma tem também exercícios de matemática. A intenção é que
eles consigam avançar para outras disciplinas, com o desafio de incluir também
questões de humanas – área em que Khan começou a se aventurar mais
recentemente.
Sementes plantadas
A discussão de como adaptar as
ferramentas que vem desenvolvendo a necessidades atuais do ensino permeia toda
a fala de Khan. Para ele, os processos educativos devem se tornar cada vez mais
personalizados e atentos às capacidades individuais. Por isso, entre as
mudanças que defende para o futuro da educação está o fim das salas divididas
por série e das aulas organizadas por disciplinas. “Por que não ter, no lugar
de um professor falando para 30 alunos, sete professores interagindo com 200
alunos num salão onde cada aluno aprende no seu ritmo?” Apesar de polêmica, a
proposta do educador não é futurista: Khan se refere a salas de aula que já
existem pelo mundo e que estão sendo apontadas como tendência por outros
especialistas como é o caso da escola Campos Salles, de Heliópolis, já
apresentada pelo Porvir.
Khan ousa ainda provocar discussões sobre os diplomas e o caro ensino
superior americano. Para ele, o diploma deve perder a importância, já que “diz
pouco a respeito das reais competências de uma pessoa”. O ideal, diz ele, seria
criar avaliações específicas para diferentes habilidades que certificassem se a
pessoa sabe programar ou se é um bom comunicador, por exemplo. “Quando vamos
contratar uma pessoa, geralmente escolhemos aquela que tem uma boa universidade
no currículo, mas isso não garante que ela tenha determinadas habilidades que
você procura. Escolhemos um aluno de Harvard porque é Harvard, não
necessariamente porque ele é melhor, o que aumenta a desigualdade.”
Com essas certificações por competências, sugere Khan, seria possível
diminuir a desigualdade de acesso. “Um aluno de Harvard ou uma pessoa que
aprendeu on-line ou na vida teriam a chance de obter a mesma certificação. O
que, provavelmente, também diminuiria os altos custos das grandes universidades
que estariam competindo com outras formas de aprendizado gratuitas.”
Fonte: http://porvir.org/porfazer/khan-academy-vai-chegar-mais-brasileiros/20130118
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