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terça-feira, 16 de julho de 2013

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Como eu havia comentado em um post anterior, este foi o trabalho de conclusão de curso, um artigo elaborado pelo meu grupo. Espero que gostem e que possa contribuir de alguma forma. As ilustrações não estão visíveis, para preservar a identificação dos participantes. 


O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO PARA AUXILIAR A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA NA VIDA ESCOLAR DOS FILHOS


 TAISMARA DE OLIVEIRA[1]

RESUMO


Este Trabalho de Conclusão de Curso que tem como tema “O olhar psicopedagógico para auxiliar a participação da família na vida escolar dos filhos”. Teve como questão norteadora perceber a participação da família no processo ensino-aprendizagem dos filhos. E como objetivos identificar a participação da família no contexto escolar e verificar a dificuldade dos pais em auxiliar os filhos nas atividades escolares. Para alcançar tais objetivos promoveu-se três ações que consistiram em uma dinâmica para enfatizar a importância da socialização, a segunda foi realizada uma palestra na escola sobre a importância da família na participação escolar dos filhos e por fim uma oficina de orientações para auxiliar os pais a ajudarem os filhos na aprendizagem escolar. Este estudo é relevante por enfatizar a importância da família na aprendizagem dos filhos, visto que, a escola sozinha não pode obter bons resultados, mas juntas possam oferecer um melhor rendimento da criança. Este trabalho contribuiu para enfocar a influência da família ao acompanhar o desenvolvimento pedagógico do filho, pois tanto a escola como a família precisa encontrar um espaço acolhedor, no qual ela possa exercer sua participação, enfrentando e construindo seus limites. Assim, a proposta psicopedagógica auxilia os pais com esclarecimentos e orientações no acompanhamento escolar dos filhos.

PALAVRAS-CHAVE: Escola. Família. Filhos. Pais. Psicopedagogia.

[1] Bióloga. Pós-Graduanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Faculdade Pio Décimo.

1 INTRODUÇÃO
Este trabalho de pesquisa, surgiu com o tema “O olhar psicopedagógico para auxiliar a participação da família na vida escolar dos filhos” a partir do Estágio Curricular realizado no período de fevereiro a junho de 2013 do curso de pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional realizado na Faculdade Pio Décimo cujo objetivo foi verificar as dificuldades dos pais em auxiliar os filhos nas atividades escolares, ao lidarem com o processo de ensino-aprendizagem, suscitando, nestes sentimentos de frustração, tristeza, impotência e culpa, bem como o baixo rendimento da criança por não desfrutarem de ajuda familiar.
Este trabalho foi realizado na Escola Municipal J. K. que promove o Ensino Fundamental I e II e teve como objetivo de estudo a importância da família na participação da vida escolar das crianças. A clientela da Escola estudada é formada por uma comunidade pobre, trabalhadora, com defasagem na formação escolar, cultural e afetiva.
A maioria dos pais trabalha para sustentar a família, deixando de estudar antes mesmos de serem alfabetizados, dificultando a participação no rendimento escolar das crianças, não dando apoio necessário nas atividades escolares. Tal ação dificulta a aprendizagem, visto que, o acompanhamento pelos pais é um recurso poderoso que a escola poderia valer-se para atender e amenizar os déficits de aprendizagem escolar.
A família é formadora e socializadora da criança. Isso para uma boa ou má aprendizagem, dependendo da sua atuação. Na atualidade, observa-se que existe uma estruturação familiar problemática e dentro dessa realidade enfatizou-se importância voltada para o acompanhamento dos pais nas atividades dos filhos.
Com base em dados da Unicef/2007:
A educação pública brasileira assinala elevada taxa de analfabetismo da população de sete anos, grande evasão escolar e repetência do aluno tendo, assim a necessidade o acompanhamento dos pais na aprendizagem dos filhos. Isso porque, a escola é uma instituição que muito irá colaborar com os pais nesse sentido, mas nunca os poderá substituir.
Desta forma, os pais juntamente com a escola devem apoiar o desempenho escolar, formando assim uma relação participativa dentro da escola, demonstrar interesse e disponibilidade dentre outras ações que estimulem a aprendizagem.
O presente estudo é relevante por enfatizar a importância da família na aprendizagem dos filhos, visto que, a escola sozinha não pode obter bons resultados, faz-se necessário a união entre ESCOLA/FAMÍLIA e assim juntas possam oferecer uma educação de qualidade.
Desta forma, este trabalho contribuiu por enfocar a influência da família ao acompanhar o desenvolvimento cognitivo do filho, pois tanto na escola como na família a criança precisa encontrar um espaço acolhedor, no qual ela possa exercer sua participação enfrentando e construindo seus limites.
Este trabalho que teve como objetivo identificar a participação da família no contexto escolar e verificar a dificuldade dos pais em auxiliar os filhos nas atividades escolares. Para alcançar tais objetivos, promoveu-se um contato com a família para identificar como atua no processo ensino/aprendizagem dos filhos.
A análise dos dados foi feita através da aplicação de três ações que constituíram em uma dinâmica para enfatizar a importância da socialização, a segunda foi realizada uma palestra na escola sobre a importância da família na participação escolar dos filhos e por fim orientações de dicas para auxiliar os pais a ajudarem os filhos na aprendizagem escolar.

2 REVISÃO DE LITERATURA
A família é um tema que desperta preocupação, principalmente por conta da evolução e das mudanças nos últimos tempos na estrutura familiar.
Segundo indicação do relatório Situação da Adolescência Brasileira da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o padrão da família idealizado (pai , mãe e filhos) conforta-se, pois as reorganizações familiares,  a partir do divórcio ou da reconstrução de vínculos conjugais e de outras tantas mudanças nesse padrão , resultam em situações diversas a ser administradas pelas famílias .
Cabe enfatizar, que o conceito de família transformou-se, mas não perdeu suas funções.
De acordo com Zagury (2000), é certo que a escola é uma instituição que muito irá colaborar com os pais nesse sentido, mas nunca os poderá substituir.
Cabe destacar, que o papel dos pais na educação é de fundamental importância para a formação dos seus filhos, pois estes se espelham nos atos dos pais para a construção do seu caráter.
Para Winnicoot (2001. p.59), o modo pelo qual organizamos nossas famílias demonstra na prática o que é nossa cultura, assim como uma imagem do rosto é suficiente para retratar o individuo.
Portanto, a família tem diante de si a responsabilidade de acompanhar o desenvolvimento cognitivo e pessoal do seu filho, pois tanto na escola como na família a criança precisa encontrar um espaço acolhedor, no qual ela possa exercer sua participação construindo seus limites.
Nessa perspectiva, é necessário educar criando condições e possibilidades, para que a criança faça suas descobertas sem perder sua espontaneidade e autonomia.
Conforme Zagury (2000), educar envolve um novo desafio a cada dia, mas muitos pais são tão imediatistas quanto seus filhos, querem tudo para hoje, agora. E em educação, não dá para ser assim. Há de repetir com calma, centenas e milhares de vezes a mesma coisa, para funcionar.
 Diante disso, a família precisa participar efetivamente da vida escolar do seu filho, e não somente atribuir à escola toda a responsabilidade pela educação.
 A instituição escolar precisa do apoio da família para que o aprendizado ocorra de uma forma saudável e natural.
Segundo Fernandez (2001.p.102), a criança ao chegar na escola traz consigo uma identidade familiar se reconhecendo através de sua própria historia.
A família que consegue, apesar das dificuldades demonstrar amor e acompanhar sua criança na vida escolar, aumenta as possibilidades de sucesso.
 Para que ocorra aprendizagem, se faz necessário o envolvimento da família para detectar o problema, partindo da realidade que envolve a criança e para uma adequada escolha de um método para resolução do problema.
 A contribuição da família se dá quando além de tudo que já foi exposto , se faz necessário a valorização da instituição , mostrando para a criança importância do saber, evitando críticas ou desmerecer os professores .
É preciso ainda que os países acompanhem a escola, analisando as finalidades da instituição, bem como o desenvolvimento dos seus filhos e se estes estão sendo alcançados corretamente. Está situação somente é possível se houver um relacionamento entre pais e professores, já que quando pais e professores se conhecem o rendimento escolar dos alunos aumenta.
Constata-se então, que para ajudar o filho no seu processo de aprendizagem os pais necessitam lhes oferecer uma educação não formal, lhes apoiar em seu desempenho escolar, fazer acompanhamento da escola, formar uma relação com seus professores, demonstrar interesse e disponibilidade na vida escolar do seu filho e possibilitar a participação da criança nas atividades corriqueiras do seu lar, dentre outros exercício que estimulem a aprendizagem.
Dessa forma os autores Salvador, mestres, Goni e Gallart (1999, p.32) trazem a descrição de catado, quanto aos encargos da família sobre seus filhos, a saber:

a) As famílias devem oferecer cuidados e proteção às crianças garantindo-lhes subsistência em condições dignas[...].
b) As famílias devem contribuir para a socialização dos filhos em relação aos valores socialmente constituídos[...]
c) As famílias deverão ser suporte à evolução das crianças, contratá-las e ajudá-las no processo de escolarização e de instrução progressiva em outros âmbitos e instituições sociais[...]
d) Outra função da família consiste na ajuda e no suporte que proporcionam às crianças para virem a serem pessoas emocionalmente equilibrada, capazes de estabelecer vínculos afetivos satisfatórios e respeitosos com os outros e com a própria identidade.

   A aplicação de técnicas de sensibilização pode ser útil para os pais, promovendo assim brincadeiras lúdicas que venham proporcionar a formação cognitiva da criança, e podem também ser desenvolvidas dentro e fora da sala de aula, visando o despertar do educando para valores raramente vivenciados nos conteúdos curriculares desta ou daquela disciplina.
As técnicas de sensibilização constituem um extraordinário instrumento de motivação, uma vez que transformam o conhecimento a ser assimilado em recursos de ludicidade e em sadia competição. Além de motivar, contribuem para criatividade, desinibição, para o favorecimento e fortalecimento da formação da personalidade do envolvido.
 A sensibilização é uma forma de aprendizagem um pouco mais complexa. As técnicas de sensibilização permitem resumir em um período curto de tempo, momento de vivência de determinado tema, mas tendo como base a prerrogativa, nada ensina melhor que a experiência.
 As técnicas de sensibilização, ainda envolvem dinâmica de trabalho em grupo que dá oportunidade de mudança no relacionamento, na comunicação e até mesmo na descoberta do próprio Eu.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Reflexão Sobre a Importância da Participação da Família na Vida Escolar da Criança
O projeto de Intervenção Institucional foi desenvolvido no auditório da Escola Municipal JK, localizada na Coroa do Meio em Aracaju/SE no dia 11/05/2013 no período vespertino e teve como publico alvo as famílias das crianças do ensino fundamental menor do turno da tarde com o objetivo de sensibilizar os pais mostrando-lhes os efeitos de sua ausência na vida escolar das crianças e os possíveis benefícios que esta parceria família-escola pode trazer.
No primeiro momento foi feito o acolhimento das famílias e feita a devida apresentação da equipe de estagiárias do curso de psicopedagogia clínica e Institucional, e em seguida foi aplicado a dinâmica da bala, que consistia em entregar uma bala para cada mãe ou responsável presente. Pedimos para que abrissem a bala apenas com uma das mãos. Todas ficaram de pé e com bastante entusiasmo começaram a abrir a bala, notamos que algumas mães sorriam e brincavam com as outras mães que estavam ao seu lado, já outras ficaram concentradas na tarefa, todos conseguiram abrir a bala, alguns com um pouco mais de dificuldade. Após a realização da dinâmica distribuímos as referidas famílias duas perguntas relacionadas á dinâmica e a vida escolar dos seus filhos, todos os presentes fizeram questão de responder as questões abordadas:
a) Como você se sentiu ao tentar abrir a bala sozinho?
b) Como você acha que seu filho se sente ao tentar fazer a tarefa escolar sozinho?
Com relação às perguntas os participantes alegaram que foi difícil, alguns escreveram que se sentiram impotentes, incapazes e inúteis e que provavelmente seus filhos sentem dificuldade em fazer sozinhos as tarefas escolares, e que alguns filhos podem se sentir sozinhos e excluídos da família como se não tivessem nem pai e nem mãe, outros sentem-se desmotivados, triste e desinteressados, com  total falta de interesse em realizar suas tarefas escolares sozinhos.
Partindo desse pressuposto, demonstramos em seguida algumas analises das perguntas respondidas pelos pais.
ILUSTRAÇÃO 1
Perguntas e Respostas Após a Dinâmica da Bala
Fonte: Acervo Pessoal
A ilustração acima reflete o despertar da família para com a responsabilidade de ajudar seus filhos nas atividades escolares, pois eles precisam do seu acompanhamento.
Bons pais comuns constroem um lar e mantêm-se juntos, provendo então uma relação básica de cuidados à criança e mantendo portanto um contexto em que cada criança encontra gradualmente a si mesma (WINNICOTT, 1999)

ILUSTRAÇÃO 2
Perguntas e Respostas Após a Dinâmica da Bala
Fonte: Acervo Pessoal
Na ilustração notamos a dificuldade na escrita dos pais, e a busca de transformação dessa realidade através de seus filhos.
 Zagury (2000) afirma que, educar envolve um novo desafio a cada dia e que o ser humano, por natureza, tem o desejo de sentir-se amado, aprovado, elogiado. Portanto, temos que aproveitar esse aspecto em prol da boa formação de nossas crianças. Quando o elogio vem da mamãe ou do papai então...aí mesmo é que elas dão o maior valor!
 ILUSTRAÇÃO 3
Perguntas e Respostas Após a Dinâmica da Bala
Fonte: Acervo Pessoal
A análise evidencia claramente a necessidade que a criança tem do acompanhamento familiar. “Para um desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança deve crescer num ambiente familiar, numa atmosfera de felicidade, amor e compreensão” (KALOUSTIAN, 2005,p.6).
Em seguida discutimos algumas respostas das famílias e fizemos o comparativo da dinâmica com a vida escolar: a bala representava a criança, a mão que elas usaram para abrir a bala era o professor, e a outra, a família. Se o professor fizer todo o trabalho sozinho, irá conseguir, mas demorará mais e será muito mais difícil, mas se tiver “a outra mão” (a família), ficará mais fácil e eficiente, e que a participação da família na escola é de suma importância, tanto para criança como para a escola.
No segundo momento da intervenção, houve uma palestra, cujo evento contou com a presença da palestrante Leda Maria Nunes de Oliveira psicopedagoga, pedagoga e terapeuta, e o tema da palestra foi “A importância da participação dos pais na educação dos filhos”.
De início a palestrante falou sobre a importância dos pais na vida familiar relatando que a família é o berço da vida é o núcleo que gera crianças alegres, mas que pode gerar também crianças tristes, pessoas equilibradas, mas também pessoas desequilibradas. A família é responsável por tudo que seu filho possa fazer por todo o seu desenvolvimento, ou seja, a família é a primeira fonte de influência no comportamento, caráter e educação de todo ser humano. A melhor disciplina é regida pela liberdade, liberdade associada à responsabilidade. A agressividade e o descuido geram pessoas inseguras, vulneráveis e violentas.
Mas a família também passou por grandes transformações que hoje são consideradas como algo normal. Não é mais como antigamente um núcleo um modelo constituído por pai, mãe e filhos. Hoje existem vários tipos de relações familiares são filhos de pais separados, são famílias formadas por mães solteiras, por casais homossexuais; do mesmo modo permanece também a família nuclear como nos padrões de antigamente.
 Após falar sobre a importância da família na educação dos filhos ela exprimiu que os pais não deviam transferir toda a responsabilidade que é deles para a escola, pois a escola é responsável por uma educação sistemática e a família uma educação assistemática. A parceria família/escola precisa ser cada vez maior, pois quanto mais intensas; melhores serão os resultados na formação do aluno. De acordo com a Constituição Federal em seu art. 205  a participação da família na educação, é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
A palestrante levantou ainda algumas questões sobre motivação, limites, disciplina e o acompanhamento dos pais nas atividades escolares dos filhos.  Por que a criança não tem motivação para estudar? Qual o problema? Então por que eu não incentivo meu filho ao estudo? A criança aprende por imitação, memorização e etc., mas precisamos motivar as crianças para o hábito do estudo, como por exemplo, colocar um horário para ela estudar, da mesma forma que elas têm horário para se alimentar, tomar banho, dormir, assistir televisão etc. É necessário habituar as crianças com um horário para estudarem, desde pequenos, desde o jardim de infância porque se não criarmos esse hábito não vamos habituar depois, ou seja acostumar a fazer a lição de casa etc. Importa também salientar que não é para os pais fazerem a atividade da criança, mas estarem ali presentes nesse processo. Mas, se por acaso o pai ou mãe não souberem ajudar a responder a atividade eles vão dizer que não sabem e solicitar que o filho vá pedir ajuda a professora e se na escola tiver vários pais com este mesmo problema a professora vai sistematizar, vai trabalhar com o aluno essa questão. Portanto, o importante é criar todas as oportunidades para que os filhos desde bebê construam meios para serem livres, terem autonomia, responsabilidade, ética, respeito e valorização do outro.
Após a palestra, fizemos o grupo de discussão com participação dos pais, preparamos algumas questões sobre o tema para assim conhecer e ver o que eles assimilaram acerca do que foi discutido.  
Destacamos algumas fotos para ilustrar as respostas que alguns pais pensam.
a)      Quanto à primeira questão “O que achou da palestra?”, 100% (cem por cento) dos pais gostaram da palestra: Algumas responderam “Achei ótima,” outras responderam achei “maravilhosa”, uma delas disse que tirou as dúvidas e incentivou na disciplina e na educação dos filhos. Mais uma: deu para refletir depois da palestra, que ia melhorar e ajudar meu filho em casa e na escola.
ILUSTRAÇÃO 4
Respostas de acordo com a 1ª questão.

  Fonte: Acervo Pessoal
b) A segunda questão: “Você concorda que os pais também devem estar envolvidos em todo processo de aprendizagem, ou seja, tanto em casa como na escola?” 100% (cem por cento) responderam que sim concordavam, mas outros pais além de concordarem também deram respostas explicativas como: Com certeza é muito importante a escola e a família andando juntos, irá garantir um futuro melhor para o filho. Outra respondeu que é importante que os pais acompanhem seus filhos na vida escolar, pois iriam se sentirem mais confiáveis. Outra mãe respondeu que irá esforçar-se mais, pois havia dois anos que não estava podendo fazer o acompanhamento, devido a carga horária do trabalho. Houve outra resposta muito interessante: uma mãe disse que é importante que os pais acompanhem seus filhos na vida escolar, porque eles irão se sentir mais confiantes. Isso nos mostra a eficácia da ação psicopedagógica, pois ela produz essa possibilidade da auto avaliação dos pais em relação às suas ações.
ILUSTRAÇÃO 5
Respostas de acordo com a 2ª
 
  Fonte: Acervo Pessoal
c) A terceira e última questão: “Após assistir a palestra diga uma ação que você pretende adotar visando melhorar o acompanhamento da vida escolar de seu filho.” Essas mães responderam que iriam incentivar mais, redobrar os cuidados, acompanhar nos estudos, ser mais presente, duas mães responderam: colocar em horários marcados para as filhas. 71% (setenta por cento) das respostas dessas mães levaram a entender que elas já estavam acompanhando seus (suas) filhos (as), ajudando no que eles (elas) precisavam, mas após a palestra elas se sentiram mais incentivadas a dar mais atenção aos filhos.

ILUSTRAÇÃO 6
Respostas de acordo com a  3ª questão.
Fonte: Acervo Pessoal
Duas mães responderam que não sabiam nem ler nem escrever, uma das mães que respondeu que quem ensina é o marido e apesar de não saber nem ler nem escrever ela fica no pé dos filhos para ajudá-los. Percebe-se o interesse dessas mães em querer ajudar seus filhos, inclusive mais uma delas que não sabe nem ler nem escrever comentou sobre a palestra dizendo que a palestrante falou de coisas que irá ajudar os filhos em casa e na escola.  A palestra foi realmente esclarecedora e atendeu as nossas expectativas, pois duas mães responderam sobre a terceira questão que pretendem colocar seus filhos em reforço escolar, 29% (vinte e nove por cento) das mães escreveram que iriam acompanhar os filhos nas atividades, dando a entender que essas mães não os estavam acompanhando. Após a palestra elas se sensibilizaram da necessidade de acompanhar seus filhos nos estudos e se conscientizaram que não devem deixar à cargo da escola toda responsabilidade.
Após a discussão ou questionamento com os pais observamos que houve um resultado positivo da ação, pois foi perceptível a preocupação de todos no acompanhamento da vida escolar dos filhos e o reconhecimento da necessidade de mudanças de atitudes, no sentido de se tornarem mais participativos e presentes no processo educativo.
O terceiro e último momento do projeto de intervenção foi realizado com as orientações de contribuição à educação dos filhos, quando foi entregue o seguinte material:
ILUSTRAÇÃO 7





Neste momento houve a participação dos pais respondendo as questões que foram passadas durante o momento do debate, que serão mostradas a seguir:
  
 ILUSTRAÇÃO 8

Fonte: Acervo Pessoal
Diante dos aspectos acima mostrados, podemos analisar que os pais podem através do acompanhamento nas atividades escolares encorajar o crescimento pessoal com algumas atitudes úteis. Pois os pais estão em uma posição bem melhor do que os professores para ajudar seus filhos a colocarem suas habilidades em contexto prático.
Devemos lembrar que a participação ativa dos pais na vida de seus filhos se faz necessária, para que haja um desenvolvimento saudável e equilibrado, pois assim a criança se sente amada, segura com relação aos obstáculos escolares que possam surgir.
Entretanto, quando este apoio não ocorre pode surgir sintomas relacionados as dificuldades de aprendizagem.
Segundo Paín (1985, p.28): “Para equilibra-se (a criança) precisa adotar este tipo de comportamento que caracterizamos como não aprendizagem”.
Se pensamos à respeito, veremos que a maioria das crianças conserva o carinho dos pais gratificando-os através de sua aprendizagem, mas há casos nos quais a única maneira de contar com tal carinho é precisamente não entender.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho possibilitou compreender a necessidade e a importância da participação da família, na vida escolar dos filhos, já que a escola deve ser a continuação da família, e ambas têm um objetivo comum que a formação da criança.
Por esta razão é importante que os pais estejam sempre presentes, acompanhando as ações escolares e seus resultados.
Neste projeto de intervenção psicopedagógica, o desenvolvimento foi mediado pelas práticas reflexivas e teóricas que possibilitou a produção de propostas para fortalecer e inserir os pais de uma forma mais participava na vida escolar dos seus filhos.
Com a literatura pesquisada para este trabalho, constatou-se a necessidade de atuação do psicopedagogo dentro das instituições escolares, onde este irá trabalhar com diagnósticos, auxiliando a participação da família na vida escolar dos filhos.
As atividades que foram desenvolvidas neste estágio, permitiram uma analise de que a escola precisa de uma família atuante, para que ambas desempenhem o papel de modelagem na personalidade da criança. Sendo assim, fica claro que a falta de participação da família na vida dos filhos, deixa lacunas que serão refletidas no dia-dia da escola.
Este trabalho ressaltou a eficácia de uma proposta psicopedagógica, que auxilie os pais com esclarecimentos e orientações no que diz respeito ao acompanhamento escolar dos filhos.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, C. Manual de Técnicas de Dinâmicas de Grupo e Sensibilização de Ludopedagogia.  Petrópolis: Ed. Vozes, 1999.    
Brasília, DF: UNICEF, 2005.
 SALVADOR, César Coll et al. Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
Constituição da República Federativa do Brasil: Texto promulgado em 05 de outubro de 1988.http://www.senado.gov.br/legislacao/const/con1988/CON1988 05.10.1988/CON1988.pdf(Acesso em 03/06/2013).    
FERNÁNDEZ, Alicia. Os idiomas do aprendente: análise de modalidades ensinantes em família, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2001.
 FREITAS, Ana; SPÍNOLA, Lisandra; PESTANA, Maria. Sucesso Escolar. http://www.slideshare.net/marya8/departamento-de-cincias-daeducação2978.(Acessado em 03/06/2013.
KALOUSTIAN, S. M. Família brasileira, a base de tudo. São Paulo: Cortez;
PAÍN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1985.
POLITY, Elizabeth. Psicopedagogia: um enfoque sistêmico: terapia familiar nas dificuldades de aprendizagem. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2004.
UNICEF. Relatório da Situação da Adolescência Brasileira. Brasília.
WINNICOTT, Donald W. A família e o desenvolvimento individual. 2. ed.São Paulo: Martins Fontes, 2001.
WINNICOTT, Donald W. Tudo começa em casa. 2. ed.São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ZAGURY, Tânia. Limites Sem Trauma: Construindo Cidadãos. 4. ed. Record, 2000.

   
APÊNDICE A - Enquete aplicada com as famílias

Levantamento de dados
Escola Municipal J. K.
Nome:
Idade:
Grau de escolaridade:

1 – Com quem reside a(s) criança(s)?

2 – Quanto tempo que a criança convive com o responsável?

3 – Quem ajuda a criança com as tarefas escolares?

4 – Qual a dificuldade que ela sente em orientar a criança nas tarefas?

5 – Se não ajuda, por quê?

6 – A criança faz a atividade sozinha a alguém observa se ela faz?

7 – O que você acha que a escola poderia fazer para acompanhar melhor a vida escolar do seu filho?



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