Camila Siara Ramos*/
Marcela de Melo Fernandes**
Introdução
A Psicomotricidade no processo ensino-aprendizagem visa contribuir de forma
pedagógica para o desenvolvimento integral da criança, tendo em vista o aspecto
mental, psicológico, social, cultural e físico, no qual acredita-se que as atividades
de psicomotricidade possam ser trabalhadas no contexto escolar de forma a
auxiliar no processo de aprendizagem do aluno. Assim o objetivo deste artigo
foi analisar a importância da psicomotricidade na infância e como esta poderia
auxiliar na aprendizagem do aluno, esclarecendo que o aprender não se restringe
apenas em atividades isoladas, precisando haver objetivos a serem alcançados
pelos professores, para que a partir daí os alunos possam criar e se expressar,
no ambiente escolar. A metodologia utilizada baseou-se na leitura e análise de
livro e artigos científicos, subordinados ao tema “psicomotricidade”. A
pesquisa foi feita em contexto de biblioteca, revisão de artigos e revisão de
livros. A psicomotricidade, como ciência da educação busca entender os
movimentos corporais tendo uma ligação com o desenvolvimento cognitivo. O
objetivo psicomotor é a possibilidade do aluno desenvolver as ações do corpo e
expressar-se por meio dela, para que o corpo se desenvolva. O sujeito vai se
construindo através da troca de olhares, toques e carícias, primeiramente com
os parentes (pais ou responsável), depois com outras pessoas (professores)
ampliando as suas relações sociais (BARROS, FERREIRA, HEINSIUS, 2008). Partindo
desse pressuposto, esse artigo propôs refletir sobre como a psicomotricidade se
faz necessária na prática pedagógica da escola ajudando nos desenvolvimentos
corporais, cognitivo e afetivo na infância.
Desenvolvimento
Quando uma criança demonstra através de seu corpo que está alegre, feliz, demonstra
querer ou buscar alguma coisa... Quando uma criança percorre a escola para
chegar ao refeitório, tendo toda a noção do espaço que irá fazer... Quando na
Educação Física ela dribla os adversários para fazer o gol, calculando a
distância, a força e então chuta a bola... Quando uma criança na frente de um
papel, e com lápis coloridos desenha seu corpo e todo um espaço a sua volta...
Em todas essas situações e em qualquer outras que envolvam movimentos, pode-se
falar em psicomotricidade. Segundo Goretti (2009) o termo psicomotricidade
aparece, pela primeira vez, no discurso médico, no campo da Neurologia, quando,
no século XIX houve uma preocupação em identificar e nomear as áreas
específicas do córtex cerebral segundo as funções desempenhadas por cada uma
delas. E foi no século XX que ela passou a desenvolver-se como uma prática
independente e, aos poucos, transformar-se em ciência. A Psicomotricidade
começou a ser praticada no momento em que o corpo deixou de ser visto apenas
como um pedaço de carne, para ser algo indissociável do sujeito. A prática mais
especificamente psicomotora começou em 1935, com Eduard Guilmain, que elaborou
protocolos de exames para medir e diagnosticar transtornos psicomotores. Hoje
para Almeida (2006) psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do
seu corpo em movimento em relação com o mundo externo e interno, é a interação
que o indivíduo tem de perceber, atuar e agir com o outro e com os objetos.
Segundo Goretti (2009) psicomotricidade é um dos instrumentos mais poderosos
para que o sujeito expressa seus conhecimentos, idéias sentimentos e emoções e
se constitua como um sujeito.
Para Fonseca (2009) psicomotricidade é uma prática que contribui para o pleno
desenvolvimento da criança no ensino-aprendizagem, que favorece os aspectos
físicos, mental, afetivo-emocional que contribui para a formação da sua
personalidade.
Com base nesses três autores a psicomotricidade tem apenas um objetivo, fazer
com que a criança se interage com os outros e com os objetos possibilitando
assim o seu crescimento não só físico como cognitivo, afetivo e corporal. No
qual a psicomotricidade deve ser trabalhada em casa e principalmente na escola. De acordo com Almeida (2006) para se trabalhar psicomotricidade no
ambiente escolar não precisa haver recursos caros e nem tecnológicos, basta
somente a escola ter uma junção de fatores, tais como concepção, comportamento,
compromisso, materiais e espaços. Almeida
(2006) descreve cada um a seguir:
a.
Concepção: o trabalho necessita ser planejado, pensado e reavaliado todos
os dias, precisa haver uma meta que se pretende alcançar, o professor saberá o
que foi alcançado e o que pode fazer para melhorar mais o desempenho dos
alunos, ele não deve somente ficar usando técnicas sem ao menos saber o que se
pretende fazer com ela, pois assim ficará frustrado por não ter objetivos
concluídos.
b.
Comportamento: o comportamento do professor que se trabalha psicomotricidade é
aquele que deve estar atento a todas as ações executada pelos alunos, intervindo
nas atividades com objetivos psicomotores. Quando os alunos estiverem
realizando atividades, eles precisam ter relações com os outros, que permitirá
a socialização e a humanização, para isso o professor deve fazer o papel de um
observador e não de um professor autoritário que repreende a todo momento nas
relações aluno/aluno, o professor irá repreender quando houver necessidade.
Almeida (2006, p. 21), coloca que “o comportamento é o combustível que move as
relações diárias de um professor que quer construir coletividade na
multiplicidade dos seres com as diferenças de cada um”.
c.
Compromisso: quando o professor
planeja suas aulas ele não terá seu tempo desperdiçado, mas sim terá um
aproveitamento do trabalho alcançado, pois não havendo planejamento o professor
fica perdido, surgindo assim o descompromisso.
d.
Materiais: por si só não modifica nada em um ambiente, precisa haver
intervenções do professor.
e.
Espaços: são constituídos de uma estrutura física; salas, quadras,
pátios, refeitório e outros. Se os espaços não exercem nenhuma ação, movimento
sempre será um espaço vago. Há vários ambientes que pode se dizer que é um
espaço educativo, mas para isso o professor deve usar todos os recursos,
materiais ali presentes.
Para Almeida (2006, p. 23), “um supermercado pode ser um excelente ambiente
educativo caso o professor saiba explorar toda riqueza existente ali”. Assim
para a psicomotricidade ser desenvolvida, precisa de ambientes o qual dará a
oportunidade da criança explorar e construir referências sobre si mesma e sobre
o que a rodeia, é neste ambiente que a criança vai viver uma variedade de
faz-de-conta. Terá oportunidades ainda de testar, errar e concluir, tirando
assim suas próprias conclusões, porque neste momento ela está construindo seu
conhecimento. Lembrando que ambientes não são apenas espaços que existem
materiais, mas sim espaços composto por: recursos, ações, pessoas, relações
sociais e exploração coletiva, e nestes ambientes a psicomotricidade poderá ser
desenvolvida de forma a melhorar todas as capacidades infantis.
Barros, Ferreira, Heinsius (2008) colocam que o
termo psicomotricidade para alguns professores está ligado somente a
coordenação global, o equilíbrio, a lateralidade, a coordenação motora fina e
outros aspectos funcionais englobando como parte psicomotora, sem nenhum
objetivo a ser alcançado, dando apenas como métodos abstratos. Portanto a
psicomotricidade tem um papel muito importante na prevenção da educação
infantil, contemplando o desenvolvimento, partindo do movimento do corpo e
envolvendo a fase não-verbal da criança, possibilitando a construção do
psiquismo, interagindo com tudo e com todos que a rodeia. Hoje na educação
infantil acontece uma queima de etapas, onde os professores esquecem- se do lado
emocional, e do lado do brincar, ocasionando problemas emocionais e motores,
que mais tarde irão aparecer no comportamento do indivíduo. Os professores
precisam enxergar a criança em três dimensões, a corporal, a afetiva e a
cognitiva, proporcionando um desenvolvimento evolutivo. Para o ensino da
alfabetização os professores ainda tem aquela antiga concepção que para se
ensinar como se faz a letra “E” é ditando “vai lá em cima faz uma voltinha e
desce” tendo essa escrita como base se faz necessário a psicomotricidade, pois
os movimentos e a alfabetização caminham de mão juntas, por isso em vez de os
professores ficarem ditando como se faz as letras, é melhor que levem os alunos
para o pátio para que as crianças passem por cima dos traçados no chão, ou até mesmo
construíam letras com massinhas de modelar, pois os exercícios que são
manipulados com toques pelo próprio corpo, facilitam a percepção das formas.
São muitas formas de se trabalhar a psicomotricidade para que ela se torne
importante no método de alfabetizar, e ajude a prevenir problemas maiores.
Xavier (2004 apud Oliveira, 1997, p. 36) afirma que:
A psicomotricidade se propõe a permitir ao homem sentir-se bem na sua pele
permitir que se assuma com realidade corporal, possilitando a livre expressão de
ser. Não se pretende aqui considerá-la como uma panacéia que vá resolver todos
os problemas encontrados em sala de aula. Ela é apenas um meio para auxiliar a
criança superar suas dificuldades e prevenir possíveis inadaptações.
Segundo as concepções Walonianas (1995 apud Barros, Ferreira, Heinsius, 2008) tudo o que foi vivenciado pela criança
anteriormente irá refletir nas experiências futuras, modificando e
transformando em representatividades.
Para que a psicomotricidade seja eficaz na Pratica Escolar e possa contribuir
para ao processo de aprendizagem é preciso que o professor acredite no
potencial das crianças, respeitando sua individualidade, sabendo que as
dificuldades, obstáculos e as insatisfações fazem parte da caminhada escolar,
por isso deve oferecer atividades e oportunidades para que a criança comunique,
crie e se expresse emocionalmente e fisicamente, para o crescimento pessoal e
construção da sua autonomia, despertando assim o desejo de descobrir e aprender
por meio da interação com o mundo. Para Barros,
Ferreira, Heinsius (2008) a aprendizagem é então entendida como um percurso que
a criança deseja percorrer para buscar uma auto-realização.
Para que a auto-realização seja então alcançada pela criança o professor deve
ser o mediador da aprendizagem, possibilitando que a criança construa seu
caminho e se encontre nele, ter clareza e objetivos nas suas atividades e nas
regras estabelecidas, e respeitar a democratização do grupo amenizando os
conflitos gerados, ponderando suas propostas de acordo com cada faixa etária
favorecendo o avanço da aprendizagem cognitiva. Um dos objetivos das aulas de
psicomotricidade é estimular o desenvolvimento psicomotor das crianças, por
meio de jogos, brincadeiras e atividades que as crianças vivenciem com grande
prazer, favorecendo a ligação do real e o imaginário. Segundo Almeida (2006)
existem várias atividades que poderão contribuir no desenvolvimento da criança
dentre elas estão:
A.
Coordenação motora ampla. É a
organização geral do ritmo, ao desenvolvimento e as percepções gerais da
criança. É o trabalho que vai apurar os movimentos dos membros inferiores e
superiores, podendo desenvolver algumas atividades como: fazer imagens do corpo
em tamanho natural; fazer pinturas no corpo com o pincel; entrar em caixa de
papelão grande, pequena e média; jogar bexigas para o alto sem deixar cair no
chão; brincadeiras de morto- vivo, estátua, esconde-esconde, passar anel, pular
corda e outras.
B.
Coordenação motora fina. É a
coordenação dos trabalhos mais finos, que podem ser executados com a ajuda das
mãos e dos dedos, garantindo um bom traçado de letra. No qual o professor
poderá desenvolver: recorte de tiras de papel na revista com o dedo; desenhos e
pinturas com tinta ou giz de cera em vidros; fazer bolinhas com papel crepon,
jornal; dobraduras; brincadeiras de amarelinha, futebol de botão, corrida de
ovo na colher, amarrar e desamarrar, tampar e destampar garrafa pet e outras.
C.
Lateralidade. É a
capacidade que a criança tem de olhar em todas as direções com idéia de espaço
e mínima coordenação, que aos poucos vão descobrindo que seu próprio corpo pode
realizar mais de um movimento ao mesmo tempo em lados diferentes. Neste
processo o professor ajuda a criança a desenvolver a lateralidade em todas as
partes do corpo e quanto ao ato de escrever o professor deve deixar a criança
livre sem ao menos estabelecer um meta que mão ela deverá escrever, isso é uma
escolha própria da criança, que a favorece na decisão do que é melhor e de sua
melhor habilidade. O professor poderá desenvolver: comandos para a criança
seguir para ambos os lados; caça ao tesouro com seguimentos de setas; faça
bolas de papel e peçam que joguem primeiramente com a mão esquerda e depois com
a direita; corridas com materiais para serem equilibrados com a mão esquerda e
direita; brincadeiras de basquete, tiro ao alvo e outras. “Quanto mais forte
for a referência e o treino, mais desenvolvidas serão as diferentes partes que
compõem o todo. No entanto, deve-se trabalhar com muita calma para respeitar o
tempo das crianças” (ALMEIDA, 2006, p. 61).
D.
Desenvolvimento de percepção musical. Refere-se ao desenvolvimento de talentos, que
é um trabalho voltado para estimular as questões que abrangem a musicalização,
desenvolvendo a aprimoração da audição para o reconhecimento e a prática da
fala. Sendo assim a música será mais um ponto o qual contribui para o
desenvolvimento da criança, trabalhando vários tipos de sons e músicas: músicas
folclóricas; sons da natureza (vento, chuva, trovão, raio e mar); sons do
próprio corpo (rir, chorar, espirros, tossir, bater os pés, bater as mãos e
outros). Outra maneira prazerosa de trabalhar a música é a construção de
bandinhas com sucatas; chocalhos (com garrafas pet, lata de leite em pó);
pratos e bumbos (com tampas de lata de tinta); tambores (com embalagens de
papelão);
E.
Desenvolvimento de percepção olfativa. É a percepção que ajuda a criança no
reconhecimento do mundo dos perfumes e sabores: recolher plantas diversas,
amassá-las e sentir o cheiro depois de algum tempo; diferenciar os cheiros do
cotidiano como: pó de café, perfumes, produto de limpeza e outros; sentir o
cheiro que exala da natureza.
F.
Desenvolvimento de percepção gustativa. Auxilia no reconhecimento dos sabores reais,
descobrindo que cada alimento tem textura, sabor, consistência e
características diferentes. Para esse reconhecimento utiliza- se os seguintes
experimentos: provar alimentos exóticos (estrangeiros); provar alimentos que
antes nunca havia comido por dizer que não gostava; degustar alguns alimentos
de olhos fechados; diferenciar entre o doce do salgado, o azedo, o amargo, o
quente do frio, o picante do condimentado.
G.
Desenvolvimento de percepção espacial. O espaço é muito mais que paredes, portas,
janelas, ruas, casas, entradas e saídas, é saber ter direções para onde ir. Por
isso o espaço é um grande desafio na infância, e na vida adulta pois precisa de
um pleno domínio de direção. A escola precisa de proporcionar a criança essas
noções de direção como ir na cozinha, ir ao banheiro, entrar e sair de ginásio,
de salas administrativas, nunca será possível conseguir todo o desenvolvimento
das noções espaciais trabalhando apenas com papel ou atividade em quadra. É
necessário pensar e aceitar que é no espaço social, o desenvolvimento mais
fértil e mais consistente em relação a esta idade. Assim fazer passeios com as
crianças pela cidade, shopping, passear de ônibus se faz necessário na prática
do professor, por mais que seja desafiador para ele, é necessário para o
desenvolvimento intelectual das crianças, para a realização de algumas
atividades que descreve: encontrar palavras em caça-palavras; encontrar saídas
em labirintos em papel impresso; encontrar ruas em um mapa. Algumas
brincadeiras como: corrida de ovo na colher; pular corda; cabra- cega;
amarelinha; tiro ao alvo; estafetas com arcos.
H.
Desenvolvimento de percepção temporal. É uma tarefa árdua como diz Almeida (2006, p.
93):
A noção de tempo, por exemplo, é bastante complicada para que uma criança
assimile. Quantos pais quase enlouquecem quando percebem que seus filhos não
lhes obedecem. Chamar ou avisar uma criança que está no quarto brincando pode
dar conta que estamos falando: a mãe grita da cozinha para a criança que está
no quarto (Filha, em 10 minutos sairemos para a escolinha. Arrume suas coisas e
pegue sua mochila).
Deve-se levar em conta que a única noção de tempo que a criança tem é de
desenvolver os hábitos cotidianos como: dormir, acordar, tomar banho, almoçar,
jantar, ir à escola e outras atividades mesmo assim ela ainda não sabe a hora
que tem que realizar essas atividades, por isso quando a mãe diz falta 10
minutos para ir a aula, amanhã viajaremos, essa assimilação ainda não e feita
pela criança, por isso pais educadores devem ser bastante tolerantes nesta
tarefa de tempo para a criança, desenvolver algumas atividades poderão ajudar,
como: usar o calendário para marcar as atividades escolares por mês; relembrar
o que aconteceu no dia anterior; contar e recontar histórias e fazer perguntas
sobre os acontecimentos; pedir que coloquem em seqüência a história.
I.
Desenvolvimento da percepção corporal. O desenvolvimento do corpo e a percepção dele
se faz diferente em cada um embora sejamos muito semelhantes. Cada corpo irá se
desenvolver uma ou várias características que lhe serão particulares. O prazer,
a dor, a sensação e a percepção sempre irão acontecer com todos, no entanto, a
intensidade de cada um destes aspectos irá depender de questões orgânicas,
sociais e muitas das vezes emocionais pelas quais todos nós constituímos.
Entretanto o professor deve oferecer atividades para que a criança faça suas
próprias descobertas e tome consciência de seu próprio corpo, levando em
consideração que cada criança desenvolve num determinado tempo e de forma
diferenciada. Algumas atividades lúdicas e brincadeiras que ajuda o
desenvolvimento da percepção corporal: dobraduras; modelagem em gesso; mímica;
danças; morto- vivo; banho de jornal; brincadeiras na frente do espelho.
J.
Seriação e classificação.
Possibilita o reconhecimento de todos os materiais, texturas, as formas e os
conceitos que envolvem o espaço onde a criança está inserida, as atividades que
desenvolvem esta habilidade são: manipular diversos objetos feitos de materiais
como: plástico, isopor, ferro, madeira, vidro, acrílico, algodão; separar os
materiais de acordo com características definidas; observar diversos materiais
no fogo. Com as atividades/brincadeiras a criança terá oportunidade de
vivenciar ações motoras de todos os níveis e estar estimulando sua
psicomotricidade através do movimento do corporal. Toda a educação psicomotora
deve ser realizada levando-se em conta as necessidades reais do indivíduo,
partindo do simples para o complexo. Além de proporcionar estímulos que devem
ser harmônicos e integrados na sua seqüência. Ressalta-se que todas as
atividades descritas devem estar relacionados diretamente com objetivo que o
professor pretende alcançar, a faixa etária, nível de desenvolvimento e espaço
físico específico e não somente como atividades isoladas, cabendo ao professor,
conhecer bem os seus alunos, lhes proporcionar atividades que possibilitem o
melhor desempenho psicomotor, lembrando que cada criança aprende de seu jeito e
no seu tempo, no qual o professor deverá primeiramente respeitar o tempo e o
limite de seus alunos.
Conclusão
Conclui-se com este trabalho que os professores devem estar realmente
compromissados com as crianças, no qual é a fase mais importante para o
desenvolvimento e construção do sujeito. A psicomotricidade vem fazendo um
diferencial nesta etapa quando realizada com objetivos claros e concretos.
Nas atividades psicomotoras os alunos revelam as mais diferentes emoções, tendo
a oportunidade de criar, expressar se por meio das brincadeiras, conhecer a si
mesma e as diferentes funções que o corpo realiza, conhecer o outro, e o
espaço.
Conclui-se também que a psicomotricidade quando envolvida com aprendizagem,
traz resultados positivos, pois são através das atividades de movimentos que a
criança terá a oportunidade de desenvolver cognitivamente, pois com um simples
traçado de uma letra no chão, quando a criança passe por cima, ela estará
assimilando este movimento, e também com um simples modelar de uma massinha,
irá oportunizando a criança a movimentar seus punhos que muita das vezes não se
locomovem adequadamente, o que possibilitará a escrita da criança quando entrar
na fase de alfabetização. O corpo é o veículo para a ação, para o conhecimento
e para socialização. As experiências corporais modificam o intelecto, a vida
afetiva e as ações motoras dos indivíduos. O corpo deve ser visto como um todo,
pois nele estão todas as tensões e emoções que caracterizam a evolução
psicoafetiva de um sujeito. Toda a educação psicomotora deve ser realizada
levando-se em conta as necessidades reais do indivíduo, partindo do simples
para o complexo. Sem dúvida uma criança que não conhece a si mesmo e suas
potencialidades não conseguirá também relacionar com si mesmo e com os outros,
vivendo em mundo isolado e distante, assim cabe a escola e a família estimular
o movimento através de brincadeiras e jogos, proporcionado assim uma vivencia
corporal ampla capaz de desenvolver capacidades física, afetivas e motoras.
Fonte: EFDeportes.com, Revista Digital · Año 15 · N° 153 | Buenos Aires, Febrero de 2011
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