A psicopedagogia teve a sua
origem na Europa, ainda no século XIX.
Janine Mery, psicopedagoga
francesa adotou o termo psicopedagogia curativa para caracterizar uma ação,
terapêutica que considera aspectos pedagógicos e psicológicos no tratamento de
crianças que apresentam fracasso escolar.
Somente no final do século
XIX, que educadores como Itard, Pereire, Pertallozi e Seguin, começaram a se
dedicar às crianças que apresentavam problemas de aprendizagem em razão de
vários tipos de distúrbios.
Mery aponta esses educadores
como pioneiros no tratamento dos problemas de aprendizagem observando porém,
que eles se preocupavam mais pelas deficiências sensoriais e pela debilidade
mental.
Em 1946, foram fundados os primeiros
centros psicopedagógicos chefiados por J. Botonieri e George Mauco, onde se
buscava unir conhecimentos da psicologia, da psicanálise e da pedagogia para
tratar comportamentos socialmente inadequados de crianças tanto na escola como
no lar, objetivando a sua readaptação.
A literatura francesa,
influência as idéias sobre a psicopedagogia na Argentina, a qual, por sua vez,
influencia a práxis brasileira.
O movimento da
psicopedagogia no Brasil remete o seu histórico na Argentina.
Encontramos trabalhos de autores
argentinos na literatura brasileira, os quais constituem os primeiros esforços
referentes à psicopedagogia. Entre esses autores que muito contribuem com seus
trabalhos literários, podemos citar: Sara Paín, Jorge Visca, Alícia Fernández e
outros.
Segundo Alícia Fernández, a
cidade de Buenos Aires há trinta anos atrás, foi a primeira a surgir com a
faculdade de psicopedagogia.
Na década de 70 criou-se em
Buenos Aires os centros de Saúde Mental, onde atuavam equipes de psicopedagogos
que faziam diagnóstico e tratamento. Mas ocorria também uma grande mudança, os
psicopedagogos começam a incluir no seu trabalho o olhar e a escuta clínica da
psicanálise, resultando no atual perfil do psicopedagogo argentino.O movimento
da psicopedagogia no Brasil, como já foi dito, remete o seu histórico na
Argentina, influenciando a nossa prática.
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No Brasil, por muito tempo
se explicou o problema de aprendizagem como produto de fatores orgânicos
(Lefégre,1968,1975,1981; e Grunspum,1990).
Nessa trilha, na década de
70 foi amplamente difundida a idéia de que tais problemas teriam como causa uma
disfunção neurológica não detectável em exame clínico chamada de disfunção
cerebral mínima (DCM).
Foi nessa concepção de
problemas de aprendizagem na escola, que no final da década de 70, que surgiram
os primeiros cursos de especialização em psicopedagogia no Brasil, idealizados
para complementar a formação dos psicólogos e educadores que buscavam soluções
para esses problemas.
A partir de 1980, criou-se a
Associação Brasileira de Psicopedagogia, com finalidade de promover o
aperfeiçoamento de seus associados e a qualidade de sua prática mediante a
realização de cursos e de encontros científicos. Além da publicação de um
periódico especializado na área.
Um documento publicado no n°
19 do boletim da ABPp, de 1990, define a psicopedagogia como área que estuda e
lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades, tendo como objeto de
estudo o sujeito do conhecimento, como as instituições e os agentes de
transmissão.
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