Família
(Reflexão Pessoal)
A princípio pensei em falar da família no final do texto, mas após
refletir, achei que merecia destaque, e que seria mais que apropriado iniciá-lo,
ainda mais quando se trata de um tema como Bullying.
Começarei então, com uma pergunta fundamental e que talvez tenhamos nos
esquecido de fazê-lá a nós mesmos.
O que é Família?
Não importa se a família é a tradicional, ou é monoparental, ou se segue
qualquer outro modelo, o que importa mesmo é que saibamos educar conforme o que
acreditamos e desejamos ser o melhor para nossos filhos e para todos da família.
Com o passar do tempo os valores se perderam, o respeito e o amor
principalmente, houve na verdade, a morte da família e com ela foram sepultado
os princípios de moral e verdade.
Os dias atuais exigem que os protagonistas do lar, sejam quase que meros
figurantes na peça teatral da vida, a qual chamamos Família.
Deixamos, para os jogos de vídeo-game e para o computador, a tarefa de
lazer dos nossos filhos, e para escola a tarefa de educar, nos restando somente
à tarefa de compensar essas “ausências” através de “presentes”, que achamos irão
suprir toda necessidade deixada, levando a uma inversão de papéis.
Vejo a maioria da família, atuando como os três “Macacos Sábios” que, não
fala, não vêem, e não ouve.
Talvez por ser mais fácil ou prático, resultando assim em um produto que
será reflexo de nossas atitudes, pois é na família que os filhos desenvolverão
sua pesornalidade.
Diante dos fatos abordados pelo tema do trabalho, podemos perceber o
quão é fundamental a presença da família no que diz respeito à educação e
formação do indivíduo como um todo.
Na luta diária, devemos sempre procurar resgatar o verdadeiro
significado dessa abençoada instituição denominada Família, e que possamos
reassumir com responsabilidade o dever que cabe somente a família, que a meu
ver incluí três palavras sábias, educar, respeitar e amar,
a si mesmo e ao próximo.
Nota: Os Três Macacos Sábios ilustram a porta do estábulo
Sagrado, em um templo do século 17, localizado na cidade de Nikko, no Japão.
BULLYING
O bullying é um termo
de origem inglesa e sem tradução ainda no Brasil, é utilizado para qualificar
comportamentos agressivos seja no âmbito escolar ou não, praticado por meninos e
por meninas. É um tipo de agressão tanto física quanto psicológica, e ocorre nas
escolas, universidades, famílias, entre vizinhos e em locais de trabalho,
podendo ocorrer de forma intencional e repetitiva. Tais comportamentos não
apresentam motivações específicas ou justificáveis, apenas com o intuito de
diversão, prazer e poder, para maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas
vítimas, deixando-a indefesa diante da agressão.
Sabemos que nos últimos
tempos, se tornou frequente pela mídia abordar reportagens sobre bulliying e as
consequências que se reflete na vida de quem é agredido, e todos aqueles que o
cercam. Entre essas reportagens, podemos citar o ocorrido em uma escola Municipal
de Realengo, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2011, onde um jovem de
apenas vinte poucos anos, sem motivo aparente ou que justificasse tal
atrocidade, entrou nesta escola, fortemente armado e começou a disparar contra
inocentes alunos que ali assistiam tranquilamente suas aulas. No total foi 11
vítimas, inclusive o autor do crime que se suicidou. Conforme investigações da
polícia, e depoimentos de ex colegas de classe do criminoso, este antes de pôr
em prática sua crueldade, deixou uma carta dizendo o “motivo” que o estava
levando executar o crime. Na época em que era estudante nessa mesma escola, ele
teria sido vítima de bullying e
sofrido as agressões por colegas de sala.
Diante de tal acontecimento,
isso nos faz pensarmos, o quão grave e devastador pode ser para quem é vítima
desse mal.
Entre os problemas
emocionais que podem surgir diante das agressões sofridas destacam-se: baixa-autoestima, depressão, angustia,
fobia, medo, problemas comportamentais e psíquicos, como transtorno do
pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade
generalizada, entre outros.
O bullying também pode agravar problemas
preexistentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é
submetida. Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia,
homicídio e suicídio etc. E
consequentemente o que poderá acabar resultando em uma dificuldade de aprendizagem
ou como já foi dito, em um distúrbio psíquico mais grave, necessitando de
intervenções por parte de psicólogos ou psiquiatras.
Com isso percebemos, que um dos motivos que podem levar um aluno ao
fracasso escolar ou a não-aprendizagem é o bullying.
Sem perceber que o aluno está sendo vítima do bullying, o professor pode
enquadrá-lo como aluno com dificuldade de aprendizagem e este se vê duas vezes,
fracassado nas relações sociais e na aprendizagem. Por isso é fundamental que os pais e os profissionais da escola atentem
especialmente para os seguintes sinais:
Em casa:
·
Frequentemente
se queixam de dores de cabeça, enjôo, dor de estômago, tonturas, vômitos,
perda de apetite, insônia. Todos esses sintomas tendem a ser mais intensos no
período que antecede o horário de as vítimas entrarem na escola.
·
Mudanças
frequentes e intensas de estado de humor, com explosões repentinas de irritação
ou raiva.
·
Geralmente
elas não têm amigos ou, quando têm são bem poucos
·
Existe uma
escassez de telefonemas, e-mails, torpedos, convites para festas, passeios ou
viagens com o grupo escolar.
·
Passam a
gastar mais dinheiro do que o habitual na cantina ou com a compra de objetos
diversos com o intuito de presentear os outros.
·
Apresentam
diversas desculpas (inclusive doenças físicas) para faltar às aulas.
Diante destes aspectos, é muito importante que os professores e os pais
estejam atentos aos sintomas e ao comportamento, e principalmente que tenham
diálogo franco com a criança, com o jovem ou adolescente, que estão sob seus
cuidados, por que muitos não relatam a violência sofrida por medo.
Na escola:
·
No recreio, encontram-se isoladas
do grupo, ou perto de alguns adultos que possam protegê-las
·
Na sala de aula apresentam
postura retraída, faltas frequentes às aulas, mostram-se comumente tristes,
deprimidas ou aflitas
·
Nos jogos ou atividades em grupo
sempre são as últimas a serem escolhidas ou são excluídas
·
Aos poucos vão se desinteressando
das atividades e tarefas escolares
·
Casos mais dramáticos apresentam
hematomas, arranhões, cortes, roupas danificadas ou rasgadas.
Bullying
professor-aluno
O assédio escolar pode ser praticado de um
professor para um aluno.
As
técnicas mais comuns são:
·
intimidar o aluno em voz alta rebaixando-o perante
a classe e ofendendo sua autoestima. Uma forma mais cruel e severa é manipular
a classe contra um único aluno o expondo a humilhação
·
assumir um critério mais rigoroso na correção de
provas com o aluno e não com os demais. Alguns professores podem perseguir
alunos com notas baixas
·
ameaçar o aluno de reprovação
·
negar ao aluno o direito de ir ao banheiro ou beber
água, expondo-o a tortura psicológica
·
difamar o aluno no conselho de professores, aos
coordenadores e acusá-lo de atos que não cometeu
·
tortura física, mais comum em crianças pequenas,
puxões de orelha, tapas e cascudos
Tais atos violam o Estatuto da Criança e do Adolescente e podem ser denunciados em um
Boletim de Ocorrência numa delegacia ou no Ministério Público. A revisão de provas pode ser requerida ao pedagogo ou coordenador e, em
caso de recusa, por medida judicial.
“Em um estudo entre alunos autores de bullying, 51,8%
afirmaram que não receberam nenhum tipo de orientação ou advertência por seus
atos. Provavelmente porque 41,6% dos que admitiram ser alvos de bullying
relatarem não ter solicitado ajuda aos colegas, professores ou família.”
Um caso extremo de assédio escolar no pátio da escola foi o de um aluno do
oitavo ano chamado Curtis Taylor, numa escola
secundária em Iowa, Estados Unidos, que foi vítima de assédio escolar contínuo por três
anos, o que incluía alcunhas(apelidos) jocosas, ser espancado num vestiário,
ter a camisa suja com leite achocolatado e os pertences vandalizados.
Tudo isso acabou por o levar ao suicídio em 21 de Março de 1993. Alguns especialistas em "bullies" denominaram
essa reação extrema de "bullycídio". Os que sofrem o bullying acabam
desenvolvendo problemas psíquicos muitas vezes irreversíveis, que podem até
levar a atitudes extremas como a que ocorreu com Jeremy Wade Delle. Jeremy se matou em 8 de janeiro de 1991, aos 15 anos de idade, numa escola na cidade de Dallas, Texas, EUA,
dentro da sala de aula e em frente de 30 colegas e da professora de inglês,
como forma de protesto pelos atos de perseguição que sofria constantemente.
No Brasil, uma pesquisa realizada em
2010 com 5.168 alunos de 25
escolas públicas e particulares revelou que as humilhações típicas do bullying
são comuns em alunos da 5ª e 6ª séries.
Entre todos os entrevistados, pelo
menos 17% estão envolvidos com o problema - seja intimidando alguém, sendo
intimidados ou os dois. A forma mais comum é a cibernética, a partir do envio
de e-mails ofensivos e difamação em sites de relacionamento.
Alguns casos de assédio escolar
entre crianças têm anuência dos próprios pais, como um envolvendo um
garoto de 9 anos de Petrópolis. A mãe resolveu tirar
satisfação com a criança que constantemente agredia seu filho na escola e na
rua, mas o pai do outro garoto, em resposta, procurou a mãe do outro garoto
chamado de "boiola" e "magrelo". Ela foi empurrada em uma
galeria, atingida no rosto, jogada no chão e ainda teve uma costela fraturada(vamos
refletir sobre o que é FAMÌLIA
e quais os VALORES que
queremos passar). O caso registrado em um vídeo foi veiculado na internet e
ganhou os principais jornais e telejornais brasileiros(Lamentável).
No Brasil, a gravidade do ato
pode levar os jovens infratores à aplicação de medidas sócio-educativas.De
acordo com o código penal brasileiro, a negligência com um crime pode ser tida
como uma coautoria.Na área cível, e os pais dos bullies podem, pois, ser
obrigados a pagar indenizações e podem haver processos por danos morais.
Os atos de assédio escolar
configuram atos ilícitos, não porque não estão autorizados pelo nosso
ordenamento jurídico, mas por desrespeitarem princípios constitucionais (ex: dignidade da
pessoa humana) e o Código Civil, que determina que todo
ato ilícito que cause dano a outrem gera o dever de indenizar. A
responsabilidade pela prática de atos de assédio escolar pode se enquadrar
também no Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as
escolas prestam serviço aos consumidores e são responsáveis por atos de assédio
escolar que ocorram nesse contexto.
Em anos recentes, muitas vítimas têm
movido ações judiciais diretamente contra os agressores por "imposição
intencional de sofrimento emocional" e incluindo suas escolas como
acusadas, sob o princípio da responsabilidade conjunta. Vítimas norte-americanas
e suas famílias têm outros recursos legais, tais como processar uma escola ou
professor por falta de supervisão adequada, violação dos direitos civis, discriminação racial ou de gênero ou assédio moral.
Consideração Final
Fica evidente a importância da família na formação da personalidade e a
participação diária na vida dos filhos.
Se somos o espelho ou servimos de exemplo para aqueles que dizemos que
amamos e que é parte de nós, precisamos então, rever os nossos conceitos como
pais e formadores de cidadãos, e resgatar os valores de família para não
criarmos seres humanos que será o reflexo de nós mesmo, como citado neste texto
o caso de Petrópolis.
Os praticantes desse mal chamado bullying são o resultado das vivências
em seus lares. Precisamos estar atento aos nossos, nos preocupando com suas
atitudes e principalmente abertos a diálogos francos e estar realmente
presente.
Quanto às vítimas de bullying, sem exceção, levarão marcas profundas provenientes das agressões
para a vida adulta, e necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para
a superação do problema. Que os pais e educadores estejam sempre atentos para
os sinais, e que não tardem em pedir ajuda e auxílio necessário.
Bulir - Dicionário Online de Português
www.dicio.com.br/bulir/
Significado de Bulir no Dicionário Online de Português. O que é bulir: v.t. Agitar, mover, tocar levemente; mexer. Fig. Bulir com, implicar com, caçoar de, mexer ...