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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dislexia

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  A dislexia é um problema complexo que tem suas raízes nos sistemas cerebrais, associadas a perturbações e orientação, tempo, linguagem, escrita, soletração, memória, percepção visual e auditiva, habilidades motoras e sensoriais. A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de adaptação escolar como os atrasos de desenvolvimento e a deficiência mental ligeira, afinal, a criança disléxica tem dificuldades em compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel, o faz de maneira incorreta e o leitor não compreende as suas idéias. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida. Para simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por alterações nas áreas do cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que transforma o som em escrita.
Divide-se em auditiva e visual.

a)    Auditiva
Dificuldades significativas para discriminação de sons, letras e palavras compostas, falhas na memorização de padrões de sons, entre outras.

b)   Visual
Dificuldades em seguir e reter as sequências, reversões e inversões de letras.
Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é a responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes: uma que processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que reconhece as palavras. As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado.

Abaixo você pode ver algumas das características mais encontradas por crianças que têm dislexia:
·         Fraco desenvolvimento da atenção
·         Falta de capacidade para brincar com outras crianças
·         Atraso no desenvolvimento da fala e escrita
·         Atraso no desenvolvimento visual
·         Falta de coordenação motora
·         Dificuldade em aprender rimas/canções
·         Falta de interesse em livros impressos
·         Dificuldade em acompanhar histórias
·         Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral
·         A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente
·         Inversão de palavras de maneira parcial ou total
Exemplo: A palavra “casa” é lida como “saca”.
·         Inversão das letras e números
Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5”
·         Alteração na ortografia em função de alterações no processo auditivo
·         Cometem erros na separação das palavras
·         Dificuldades em distinguir esquerda e direita
·         Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e palavras
·         Dificuldades na matemática
·         Pobreza de vocabulário
·         Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo)
·         Falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea
·         Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como são escritas.
Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler. Sua leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não conseguem compreendê-las.
As características colocadas acima não são suficientes para se fechar um diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existe outros distúrbios de aprendizagem que também possuem elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um ponto a partir do qual se é levado a procurar a ajuda de profissionais especializados e buscar formas de superação.
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar.

A ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma evasão escolar e o agravamento dos problemas enfrentados pelas crianças. Essas são incompreendidas em seu fracasso e não valorizadas em suas tentativas vãs para superar suas dificuldades, desenvolvendo uma imagem negativa sobre si mesma.
A escola se torna um ambiente que causa ansiedade e as exigências dos pais e professores acabam se revertendo em comportamentos agressivos, inibições e outros.
As crianças disléxicas precisam olhar e ouvir atentamente, prestar atenção aos movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando falam para associar os fonemas aos seus sons e à sua escrita. É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização apropriada para pessoas com essas dificuldades. Além disso, o sucesso escolar de um disléxico está baseado em uma terapia multisensorial (uso de todos os sentidos), sempre combinando atividades que motivem o uso da visão, da audição e do tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras.
Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas no processo de aprendizagem:
·         Usar folhas quadriculadas para matemática.
·         Usar letras com várias texturas.
·         Usar máscara para leitura de texto.
·         Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe.
·         Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
·         Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas escritas.
·         Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
·         Revisões devem ser frequentes e importantes.
·         Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
·         Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
·         Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
·         Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa.

·         Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como “você precisa estudar mais para melhorar”.
·         Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.
·         Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo.
·         Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas.
·         Uma língua estrangeira é muito difícil para elas, faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
·         É frequente a associação das duas formas em diferentes combinações e intensidades.
Na dislexia deve ser sempre observado que as diferenças são pessoais, o diagnostico é clínico, o entendimento é cientifico, e o tratamento é educacional. (International Dyslexia Society)

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