Como detectar a esquizofrenia nas crianças?
É uma desordem cerebral que deteriora a capacidade das pessoas para
pensar, dominar suas emoções, tomar decisões e relacionar-se com os demais. É
uma enfermidade crônica e complexa que não afeta por igual a quem sofre dela.
As esquizofrenias que aparecem antes dos 5 anos, têm traços extremamente
comuns ao autismo, e somente com uma evolução posterior, com o aparecimento de
sintomas psicóticos, propriamente ditos, permitirá um diagnóstico certo. Antes
dos 3 anos, o diagnóstico diferencial é muito improvável.
É praticamente impossível distinguir uma esquizofrenia de um autismo.
Somente ficará esclarecido com o passar do tempo. A partir dos 5 anos o
diagnóstico diferencial vai-se esclarecendo com a presença de sintomas
psicóticos (alucinações, delírios) na esquizofrenia.
Mas pode-se notar alguns sinais de alerta nas crianças com
esquizofrenia. O comportamento de uma criança pode mudar lentamente com o
passar do tempo. Por exemplo, as crianças que desfrutavam, relacionando-se com
outros, podem começar a ficar tímidas e retraídas, com se vivessem em seu
próprio mundo. Às vezes começam a falar de medos e idéias estranhas. Podem
começar a ficar obstinados pelos pais e a dizer coisas que não fazem muito
sentido. Os professores podem ser os primeiros a perceberem esses problemas.
A esquizofrenia é hereditária?
Se na família houve outros antecedentes familiares de esquizofrenia,
pode ser hereditária, mas numa porcentagem relativamente baixa (não supera os
25% de possibilidades), mas se a esquizofrenia desencadeou por fatores de
estresse ambiental, ou por outras causas que não são genéticas, não há razão
para herdá-la..
O que se deve fazer?
As crianças com esses problemas e sintomas devem passar por uma
avaliação integral. Geralmente, essas crianças necessitam de um plano de
tratamento que envolva outros profissionais. Uma combinação de medicamentos e
terapia individual, terapia familiar e programas especializados (escolas,
atividades, etc.) são frequentemente necessários. Os medicamentos psiquiátricos
podem ser úteis para tratar de muitos dos sintomas e problemas identificados.
Estes medicamentos requerem a supervisão cuidadosa de um psiquiatra de crianças
e adolescentes.
Formas de esquizofrenia
Nem todas as esquizofrenias são iguais, nem evoluem da mesma maneira.
Uma vez realizado o diagnóstico, os profissionais as dividem em quatro:
- PARANÓIDE: É a mais frequente. Caracteriza-se por um predomínio dos
delírios sobre o resto dos sintomas, em particular, delírios relativos a
perseguição ou suposto dano de outras pessoas ou instituições para o paciente.
O doente está desconfiado, inclusive irritado, evita a companhia, olha de
relance e com frequência não come. Quando é questionado, dá respostas evasivas.
Podem acontecer alucinações, o que gera muita angústia e temor.
- CATATÔNICA: É muito mais rara que a forma anterior, e se caracteriza
por alterações motoras, seja por uma imobilidade persistente e sem motivo
aparente ou agitação. Um sintoma tipico é a chamada obediência automática,
segundo a qual o paciente obedece cegamente todas as ordens simples que
recebe.
- HEBEFRÊNICA: É menos frequente, e ainda que também podem dar-se a
idéias falsas ou delirantes, o fundamental pode aparecer ants que a paranóide e
é muito mais grave, com pior resposta à medicação e evolução mais lenta e
negativa.
- INDIFERENCIADA: Este diagnóstico se aplica àqueles casos que sendo
verdadeiras esquizofrenias não reúnem as condições de nenhuma das formas
anteriores. Pode-se utilizar como uma “gaveta de alfaiate” em que se inclui
aqueles pacientes impossíveis de serem definidos.
Tratamento da esquizofrenia
O tratamento dos processos esquizofrênicos podem ficar reservados para o
psiquiatra. Requer o emprego de medicamentos difíceis de empregar, tanto pela
limitação dos seus efeitos como pela quantidade de reações adversas que podem
provocar. Em geral, os sintomas psicóticos antes citados, correspondem a dois
grandes grupos:
- Sintomas
"positivos", ou produtivos. Refere-se a condutas
ou modos de pensamento que aparecem na crise psicótica, em forma auditiva
(novas condutas se somam às existentes). São os delírios e as alucinações,
fundamentalmente. Neste caso, a palavra “positivo” não tem conotações
favoráveis; significa simplesmente que “algo se soma ou se acrescenta”, e esse
“algo” (delírios, alucinações) não é, em absoluto, nada bom.
- Sintomas
"negativos", ou próprios da deterioração:
diminuição das capacidades com o aparecimento de sinais de fraqueza e
debilidade. Distúrbios psíquicos, perda de ânimo afetivo, dificuldade nas
relações interpessoais, incapacidade para trabalhar, etc. São ao principais
sintomas negativos.
Pois bem, os tratamentos básicos antipsicóticos (neurolépticos, eletrochoque) podem atuar mais ou menos sobre os “sintomas positivos”. Mas não temos nada que atue de forma brilhante sobre os “negativos”. Somente o emprego de alguns neurolépticos concretos ou de antidepressivos, a doses baixas, pode ser de alguma ajuda. Seu manejo exige muitíssimo cuidado, pois podem reativar uma fase aguda da esquizofrenia. O eletrochoque se reserva para os casos de baixa resposta aos neurolépticos, ou para quadros muito desorganizados com riscos físicos para o paciente (condutas auto-agressivas, por exemplo). Sua utilidade é na fase ativa, e somente para os sintomas “positivos”.
Pois bem, os tratamentos básicos antipsicóticos (neurolépticos, eletrochoque) podem atuar mais ou menos sobre os “sintomas positivos”. Mas não temos nada que atue de forma brilhante sobre os “negativos”. Somente o emprego de alguns neurolépticos concretos ou de antidepressivos, a doses baixas, pode ser de alguma ajuda. Seu manejo exige muitíssimo cuidado, pois podem reativar uma fase aguda da esquizofrenia. O eletrochoque se reserva para os casos de baixa resposta aos neurolépticos, ou para quadros muito desorganizados com riscos físicos para o paciente (condutas auto-agressivas, por exemplo). Sua utilidade é na fase ativa, e somente para os sintomas “positivos”.
Fonte consultada:
- American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP)
- American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP)
Fonte: http://br.guiainfantil.com/saude/160-esquizofrenia-infantil/150-a-esquizofrenia-na-infancia.html
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