Muitos me perguntam por que gosto tanto de psicomotricidade. Porque ela fez
falta em minha infância e sofro com suas consequências até hoje. É necessário
que tanto os pais, como professores e todos que fazem parte da infância da
criança entenda duas coisas: A primeira que tudo que a criança passa na
infância de bom ou ruim trará consequências futuras na vida psíquica, social,
afetiva e cognitiva dela, portanto suas ações hoje podem prevenir doenças e
frustrações futuras. Costumo brincar com os amigos que Deus teve ter um plano
muito grande para mim, porque sobrevivi até hoje não sei porque. Caminhei pela
primeira vez tinha uns três anos a mais. Não mamei por que minha mãe biológica
se recusou a me amamentar, durante um ano e meio fui adotada várias vezes e era
tomada de volta por minha mãe biológica que tentou por fim a minha vida por
diversas vezes até ser adotada por um casal de idosos que nunca tivera filhos.
Mas os comprometimentos motores pela alimentação inadequada, f alta de higiene
e por nenhum estímulo afetivo ou motores já tinham se instaurado, tinhas as
pernas comprometidas, junto com o resto da saúde e o crescimento. Minha nova
família fez tratamentos, rezas e promessas até que um dia eu andei. Apesar de
muito carinhosa minha família me cobriu de cuidados até aos oito anos quando
meu pai adotivo morreu e ao quatorze minha mãe adotiva morreu de câncer, eles
também erraram em algumas coisas. Nunca aprendi a andar de bicicleta, morro de
medo de insetos, de altura eu não subo nem em uma escada de meio metro. Tudo
isto porque meus pais adotivos me protegiam tanto que não permitiam que eu
subisse em árvores, que eu aprendesse a andar de bicicleta (lembro que eu com
nove anos ainda andávamos no meu triciclo pelo quintal), não brincava na rua,
não podia correr, não podia banhar na chuva, não podia comer nada gelado era
tanto não que até hoje tenho receio a esta palavra. Certo dia me vi fazendo a
mesma coisa com meu filho, ele querendo andar de bicicleta eu regulando
"Até ali, você vai cair, não vai até ali não...." o medo nos torna
fraco e nos deixa refém do insucesso. Então o pai dele o levou para uma praça
sem minha presença, levou a bicicleta ela levou umas quatro queda e aprendeu a
andar voltou muito feliz e hoje anda muito bem. Foi que percebi que ainda tenho
os mesmos medos da infância, o medo de me machucar, de ficar doente, de morrer.
Percebemos que os filhos são influenciados pelos comportamentos dos pais por
isso precisamos estar sempre alerta e vigilantes em nosso comportamento. Tenho
hoje inúmeros problemas motores resultados da minha infância daquilo que não
foi trabalhado e assim como o exemplo que escrevi na parte 1 deste tópico são
problemas que poderiam ser evitados pelos pais. Não um manual para criar os
filhos, mas acredito que a informação é o caminho para minimizar tantos
problemas que a criança poderá ter em sua fase adulta e que jamais terá a
chance de voltar e evitar que tudo aconteça. Por isso o simples atos de brincar
com os pés no chão é tão importante, o estimulo a andar em diferentes
ambientes, o brincar com diferentes objetos, o apertar, o abraçar, o pegar, o
abrir e o fechar de suas mãos pequenas, o cair e levantar de suas pernas
frágeis vão tornar esta criança um adulto forte e resistente para seguir
adiante nos confusos caminhos que é VIVER.
Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=428223513929241&set=a.111671262251136.25271.100002247888277&type=1&theater
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