O VINCULO AFETIVO DA CRIANÇA HOSPITALIZADA COM A
APRENDIZAGEM
A
proposta da Psicopedagogia hospitalar é ser o interlocutor de todos os que
passam por internações. Embasados na técnica e na pratica utilizando todo o seu
conhecimento para criar um mundo onde as pessoas se preocupam umas com as
outras. Promovendo a integração entre a criança, a família, a escola e o
hospital, amenizando os traumas da internação e contribuindo para a interação
social em busca da qualidade de vida intelectiva e sociointerativa.
A
Psicopedagogia hospitalar contribui para a melhoria da qualidade de saúde e
auto-estima dos pacientes internados proporcionando uma intervenção com
ludicidade, humanização e aprendizagem, onde o psicopedagogo atuará de forma
coesa, afetiva e humanizadora conectando-se com toda equipe multidisciplinar,
criando um elo entre as especialidades, integrando novas ideias e
ressignificando.
No
processo de hospitalização se faz necessário a atuação do psicopedagogo que,
devido sua formação interdisciplinar é um dos profissionais mais aptos a esta
modalidade, para realizar diversas atividades, levantar a auto-estima e
direcionar caminhos para que o paciente aprenda a conviver com as diversas
dificuldades que irá ter que passar, por conseqüência de sua doença. Toda esta
equipe acompanha, direta ou indiretamente, todas as etapas de uma internação,
que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo
hospitalizado.
A
sensação de dor, por exemplo, é sentida diferentemente de acordo com a idade do
paciente e de acordo com diferenças individuais. Nessa hora, nossa intervenção
ganha uma razão de ser, mas não é ainda, necessariamente aquilo que traz a
cura, logo, não é essencial. Ainda não é fácil de distinguir entre a dor e
outras agressões de que a criança é a vítima separação da mãe, mudança de
quadro, rostos e procedimentos desconhecidos.
Diante
de um sujeito doente grave, as ações devem ser precisas e rápidas para que a
relação de ajuda seja eficaz e útil. Não sugerimos trazer tarefas de longo
desenrolar Os professores são preparados para enfrentar certas surpresas, mas
não para evitá-las ou fugir delas.
Nossa
intervenção leva em conta o estado emocional da criança que pede socorro quando
se nega a uma atividade ou quando é agressiva. Em nossa escuta de
Psicopedagogo, devemos agir por uma atividade que possa transpor o sofrimento
de angústia, de solidão - Vasconcelos (2000).
Mesmo assim, muitas vezes as crianças não são
capazes de expressar nem de reproduzir o que as faz temer, desenvolvendo
angústias, fazendo surgir depressão, revolta ou desespero, ou ainda a possibilidade
de regressão no nível de desenvolvimento. Mais uma vez, o psicopedagogo é
aquele que faz diferença, trazendo o sentimento de valorização da vida, amor
próprio, auto-estima, aceitação e segurança, é função do trabalho
psicopedagógico que se insere na esfera hospitalar. Afinal, a aprendizagem é um
processo tão amplo e grandioso que ocorre através de interações, em qualquer
lugar.
Diante
do sofrimento e dor cada criança reage de maneira adversa com agitação,
agressividade, silêncio etc. tornando assim difícil de propor atividades
psicopedagogicas, mas não podemos desistir deixar se contaminar pelas adversas
reações que a doença ocasiona nas crianças, afinal estaremos ali para recuperar
a auto-estima, cultivar esperança, e ajudar a enfrentar as situações que terá
que vivenciar no hospital.
O
ambiente hospitalar é caracterizado por ser um local frio, de sofrimento e dor,
onde a criança se sente desprotegida, sozinha e desamparada, e é justamente
esta imagem que deve ser mudada com a presença do psicopedagogo, inserindo o lúdico,
com apoio de brinquedos, jogos e histórias para amenizar o enfrentamento dessa
situação estressante e adversa que é a hospitalização, podendo ser realizado no
próprio leito da criança ou na brinquedoteca hospitalar.
Em todos os hospitais como em qualquer
instituição, existem regras e normas, que devem ser cumpridas para o bom
andamento da instituição. Portanto não interfira no trabalho do outro
profissional, pode ate discordar, e expor sua opinião, mas tudo feito com
embasamento teórico que o psicopedagogo deve ter e não em achismo.
Ser sutil e fazer vínculos afetivos
com todos os setores é preciso mostrar que não somos espiões da direção do
hospital. Estudar sobre as doenças ali encontradas para nosso aperfeiçoamento
profissional. Ser sempre amiga compartilhando com as equipes vitoria e dores.
Distribuir energia positiva com sorrisos e clima amigável. É importante que o
psicopedagogo tenha clareza de sua função no hospital, evitando assim,
interferência no trabalho dos profissionais da saúde; deverá utilizar sua
competência e suas habilidades para trabalhar em conjunto com esses
profissionais.
Percebe-se que os desafios são muitos,
dentre eles a valorização da importância do psicopedagogo em ambientes que não
são a escola. É um campo de atuação que, aos poucos, vem conquistando seu
espaço. Para isso tem que ser um profissional competente, ter engajamento e
estar sempre se atualizando com os cursos que necessita para ser capaz de
exercer bem a sua função contribuindo de forma eficaz para que o paciente sofra
o mínimo possível. Poderá resgatar vários sentimentos como aceitação,
autoestima, segurança e uma melhor qualidade de vida. Com ética, profissionalismo, sensibilidade e
amor ao que se faz é possível realizar um bom trabalho psicopedagogico hospitalar.
Artigo: Maria
do Carmo Abreu Silva Amambahy
Pedagoga e Psicopedagoga Clínica Institucional.
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