É importante
destacar que a precocidade da identificação de alguns sinais de Dislexia são
perceptíveis desde a pré-escola e, de acordo com SHAYWITZ (2006), o primeiro
sinal de um problema de linguagem (e de leitura) pode ser o início tardio em
começar a falar.
A seguir, serão
elencadas algumas orientações, direcionadas especificamente aos educadores, com
a finalidade de fornecer-lhes mais uma ferramenta, que possam auxiliá-los a
identificar características que sugiram investigação específica, segundo
SHAYWITZ (2006).
Na pré-escola observar as seguintes
características e/ou dificuldades quando a criança começar a falar:
• Problemas de
aprendizagem de rimas infantis comuns (quando o aluno não consegue decorar uma
rima simples – “Um dois, feijão com arroz”);
• Falta de
interesse pelas rimas;
• Palavras mal pronunciadas; persistência da chamada linguagem de bebê;
• Dificuldade em aprender e lembrar o nome das letras, cores e números;
• Deficiência em saber o nome das letras de seu próprio nome.
• Palavras mal pronunciadas; persistência da chamada linguagem de bebê;
• Dificuldade em aprender e lembrar o nome das letras, cores e números;
• Deficiência em saber o nome das letras de seu próprio nome.
1º e 2º
anos
• Deficiência em
entender que as palavras podem ser divididas em partes (guarda-chuva), e que
depois esta palavra pode ser dividida em duas palavras (com significados
distintos) e por fim em sons;
• Incapacidade
de aprender a associar letras e sons, incapaz de fazer a correspondência do
grafema B ao som “B”;
• Erros de
leitura que não demonstram conexão alguma dos sons com as letras (ler a palavra
casa como pote);
• Incapacidade
de ler palavras simples de uma só sílaba ou de pronunciar mesmo as palavras
mais simples (pó, pá, meu, dói, ai, deu);
• Reclamações
sobre o quanto é difícil ler, podendo sair do local ou esconder-se na hora da
leitura;
• Histórico de
problemas de leitura presentes em pais e irmãos.
Nesta fase,
também devem ser observados indícios de pontos fortes, nos processos de
pensamento, além daqueles de fala e leitura:
• Curiosidade;
• Grande
imaginação;
• Capacidade de
descobrir como as coisas acontecem;
• Forte
envolvimento com idéias novas;
• Boa
compreensão do ponto essencial das coisas;
• Boa
compreensão de novos conceitos;
• Maturidade
surpreendente;
• Grande
vocabulário para sua faixa etária;
• Satisfação ao
resolver quebra-cabeças e problemas;
• Talento para
construção de modelos;
• Excelente
compreensão de histórias que lhe são lidas ou contadas.
A
partir do 3º ano:
Em relação à
fala:
• Pronúncia
incorreta de palavras longas, desconhecidas ou complicadas;
• Ruptura de
palavras – omite ou confunde a ordem das partes de uma palavra (escola por
secola, salada por sadala);
• Discurso não
fluente, contendo pausas ou hesitações freqüentes;
• Uso de
linguagem imprecisa, utilizando termos como coisa, negócio em vez de utilizar o
nome correto do objeto (disnomia – incapacidade para recordar nomes próprios);
• Incapacidade
de encontrar a palavra correta, confundindo palavras que tenham sonoridade
semelhante, mas com sentido diverso (frito por grito);
• Necessidade de
tempo maior para elaborar uma resposta oral ou incapacidade de dar uma resposta
verbal de maneira rápida ao ser questionado;
• Dificuldade de
lembrar partes isoladas de informação verbal (memória imediata) como datas,
nomes, números de telefones, listas aleatórias.
Em relação à
leitura:
• Progresso
muito lento na aquisição das habilidades de leitura;
• Falta de
estratégias para a leitura de palavras novas;
• Problemas ao
ler palavras desconhecidas (novas ou não familiares) que devem ser pronunciadas
em voz alta; tentativa de adivinhar a palavra ao lê-la; falhas na organização
dos sons das palavras quando as pronuncia;
• Inabilidade
para ler palavras funcionais, como por exemplo: em, na, e, aquela;
• Medo acentuado
em ler em voz alta; quando o faz apresenta uma leitura contaminada por
substituições, omissões, e palavras mal pronunciadas, além de um ritmo pouco
fluente, lento, entrecortado e trabalhoso; não tem inflexão e parece a leitura
de uma língua estrangeira;
• Desempenho
desproporcionalmente fraco em testes de múltipla escolha, além de não conseguir
finalizá-los no tempo estabelecido;
• Substituições
de palavras de mesmo significado quando não consegue pronunciar, como: blusa
por roupa;
• Dificuldade de
leitura e conseqüente incompreensão dos enunciados dos exercícios de
Matemática;
• Escrita (à
mão) confusa, com ortografia desastrosa, mas grande facilidade ao utilizar o
editor de textos, possuindo rapidez para digitar;
• Extrema
dificuldade para aprender uma língua estrangeira;
• Falta de
entusiasmo em relação à leitura; evita ler livros ou até mesmo uma frase;
quando pode, faz escolha por textos que sejam pequenos, tenham letras maiores e
muitas figuras (características esperadas para alunos de anos anteriores);
• Com o decorrer
do tempo pode aumentar a precisão da leitura, porém ainda continua a ser sem
fluência e trabalhosa;
• Auto-estima em
declínio, presença de sofrimentos nem sempre visíveis;
• Histórico
familiar com as mesmas características em relação à aprendizagem, leitura e
ortografia.
Mesmo
apresentando estas características relacionadas a problemas fonológicos, há
indícios de habilidades nos processos de pensamento de alto nível:
• Excelentes
habilidades de pensamento: contextualização, raciocínio, imaginação e
abstração;
• Capacidade de
entender “o todo”;
• Capacidade
para ler e compreender palavras já aprendidas relativas a uma determinada área
de interesse;
• Vocabulário de
alto nível, em relação à sua idade e escolaridade, no que diz respeito às
palavras que ouve;
• Compreensão
acima da média, daquilo que lhe foi lido;
• Excelência em
áreas que não dependam de leitura, como artes visuais, computação, ou em áreas
que não exijam relacionar a fatos imediatos, filosofia, biologia,
neurociências.
Ao trabalhar com
alunos disléxicos (ou alunos portadores de outros distúrbios), deve-se sempre
verificar aquilo que ele tem preservado em relação a suas habilidades
específicas, valorizá-las e incentivá-los a desenvolvê-las muito mais. Desta
forma é possível sair do quadro de insucesso ou fracasso escolar e resgatar sua
auto-estima, fazendo-o acreditar e perceber que tem capacidade para outras
tarefas, e não fixar-se somente numa inabilidade devido ao distúrbio.
Fonte: http://aaprendizagem.blogspot.com.br/2009/10/sinais-de-dislexia-nas-diferentes-fases.html
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